
Como romancista teve duas grandes publicações: Gupeva, de temática indianista, publicado em 1861 e Úrsula, publicado em 1859. Este último configura-se como o primeiro romance abolicionista da literatura brasileira. Nele, a autora aborda a escravidão a partir do ponto de vista do negro. Para fugir da repressão que era comum na época, Maria Firmina assinou a publicação com o pseudônimo “Uma Maranhense”. Se já é difícil publicar um livro nos dias atuais, imagine esse cenário em pleno século 19, ainda mais para uma mulher, negra e nordestina. As dificuldades eram imensuráveis. Até por isso e por outros motivos, o livro Úrsula só veio a público em 1975, através dos estudos de Horácio de Almeida e de Nascimento Morais Filho, grande pesquisador das obras da romancista.
Maria Firmina foi uma mulher à frente de seu tempo que rompeu a barreira do preconceito, fundamentado no racismo e no machismo, e mostrou para o mundo a importância da literatura maranhense. Ao contrário do que era vigente na época, quando os homens, brancos e ricos iam para a Europa, estudar nas melhores faculdades, Maria Firmina provou que a busca pelo conhecimento não tem fronteiras físicas e deu ao mundo um romance recheado de denúncia de injustiças arraigadas na sociedade patriarcal brasileira e que tinham no escravo e na mulher suas principais vítimas.
Foi abolicionista e olha o que ela falava sobre cotas raciais:
“Hoje discutimos cotas para negros, Maria Firmina já escrevia em meados de 1800.”
O que Castro Alves escreveu em ‘Vozes da África’, defendendo os escravos, Maria Firmina fez primeiro; no entanto, ele que é considerado o poeta dos escravos.
Morreu em 1917, aos 92 anos sem ver sua principal obra reconhecida pelos intelectuais da época.
Seu busto estava em na Praça do Phanteon no Centro de São Luís e foi retirado por motivo de segurança, está no pátio do Museu Histórico e artístico do Maranhão, mas, é fundamental que ele volte para o seu lugar de origem a Praça do Phateon
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