sexta-feira, 12 de agosto de 2011

ANTONIO GONÇALVES DIAS. Caxias- MA, 10 de agosto de 1823 — Guimarães-MA, 3 de novembro de 1864

Ontem, 10 de agosto, se Gonçalves Dias fosse vivo, faria 188 anos de vida e, infelzimente a data passou despercebida, mesmo sendo este homem a figura mais importante da história do Maranhão e cujo obra e vida é rechonhecida e propagada nos maiores centros de ensino do mundo. Hoje, resolvi escrever um pouco sobre sua vida e obra que tanto admiro e as vezes “viajo” no mundo de Gonçalves Dias.



Nascido em Caxias, era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça cafuza brasileira, o que muito o orgulhava de ter o sangue das três raças formadoras do povo brasileiro: branca, indígena e negra.



Iniciou seus estudos de latim, francês e filosofia em 1835 quando foi matriculado em uma escola particular. Estudou em Coimbra, onde obteve o grau de bacharel em Direito em 1844. De volta ao Brasil, exerceu a docência e funções públicas, incluindo a diplomacia na Europa. Em 1849 fundou com Manuel de Araújo Porto-alegre e Joaquim Manuel de Macedo a revista Guanabara, que divulgava o movimento romântico da época - 1849 - É nomeado professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II - 1851 - Publicação dos Últimos Cantos - 1852 - É nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros.



A parte da obra de Gonçalves Dias que teve maior difusão e até hoje a mais lida é a de temática indianista. Ao seu indianismo se devem, de fato, algumas das obras primas da poesia de língua portuguesa: “I-Juca Pirama”, “Leito de folhas verdes”, “Marabá” e “Canção do Tamoio”.



Sergio Buarque de Hollanda, que, num prefácio de 1939 aos Suspiros poéticos e saudades, afirma: "Gonçalves Dias, faz uma arte desinteressada, onde as paixões valem pelo que são e pela beleza de seus contrastes".



Nosso Hino Nacional tem uma parte retirada de sua poesia "Canção do Exílio": “Nossos bosques têm mais vida; nossa vida no teu seio mais amores"



O grande amor: Ana Amélia



Em 1851, partiu Gonçalves Dias para o Norte em missão oficial e em seguida, no intuito de desposar (casar) Ana Amélia Ferreira do Vale, de 14 anos, o grande amor de sua vida, A família da linda "Don Ana", como lhe chamavam, tinha pelo Poeta em grande estima e admiração. Mais forte, porém, do que tudo eram naquele tempo no Maranhão o preconceito de raça e casta. E foi em nome desse preconceito que a família recusou o seu consentimento por motivos de sua origem bastarda e mestiça. Reza lenda que Gonçalves Dias e Ana Amélia namoravam as escondidas em um belo lugar que em seguida foi construída a Praça Gonçalves Dias e que carinhosamente é chamada de "Largo dos Amores" pela áurea romântica de toda essa bela história de amor.






Frustrado, casou-se no Rio, em 1852, com Olímpia Carolina da Costa. Foi um casamento de conveniência, origem de grandes desventuras para o Poeta, devidas ao gênio da esposa, da qual se separou em 1856. Tiveram uma filha, falecida na primeira infância.



Foi aí, em Lisboa, num jardim público, que certa vez se defrontaram o poeta e a sua amada, ambos abatidos pela dor e pela desilusão de suas vidas, ele cruelmente arrependido de não ter ousado tudo, de ter renunciado àquela que com uma só palavra sua se lhe entregaria para sempre. desvairado pelo encontro, que lhe reabrira as feridas e agora de modo irreparável, compôs de um jato as estrofes de "Ainda uma vez adeus-" as quais, uma vez conhecidas da sua inspiradora, foram por esta copiadas com o seu próprio sangue



Nomeado para a Secretaria dos Negócios Estrangeiros, permaneceu na Europa de 1854 a 1858, em missão oficial de estudos e pesquisa. Em 56, viajou para a Alemanha e, na passagem por Leipzig, em 57, o livreiro-editor Brockhaus editou os Cantos, os primeiros quatro cantos de Os Timbiras, compostos dez anos antes, e o Dicionário da língua tupi. Voltou ao Brasil e, em 1861 e 62, viajou pelo Norte, pelos rios Madeira e Negro, como membro da Comissão Científica de Exploração.



Morte em 1864:



Em Abril Volta a Paris muito doente e em busca de cura. Em 10 de setembro, embarca o Poeta no Haver no navio Ville de Boulogne. Piora em viagem e no dia 3 de novembro o navio Ville de Boulogne naufraga nas costas do Maranhão, salvaram-se todos, exceto o poeta que foi esquecido agonizando em seu leito e se afogou. O acidente ocorreu nos baixios de Atins, perto da vila de Guimarães no Maranhão. Seu corpo nunca foi encontrado e vive encantado no fundo do mar com a profecia de sua principal obra “canção do exilio” cumprida quando diz:



Não permita Deus que eu morra

Sem que eu volte para lá

Sem que desfrute dos primores

Que não encontro eu cá

Sem qu'inda aviste as palmeiras

Onde canta o sabiá



Ele morreu em terras Maranhenses...



Em 1873 teve sua estátua inaugurada. Medindo 15,5 metros e toda em mármore branco de onde o poeta avista as palmeiras de onde cantam os sabiás



Gonçalves dias é muito maior que esta rápida leitura, mas, aqui vai um pouco da sua vida e obra!



Salve Antonio Gonçalves dias!

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